Sumayya Vally, arquiteta do estúdio Counterspace, com filiais em Joanesburgo e Londres, venceu um concurso de projeto para a nova ponte para pedestres Asiat-Darse em Vilvoorde, Bélgica. A proposta se inspirou na história e impacto de Paul Panda Farnana, uma figura significativa, mas pouco conhecida na cidade, que estudou as conexões intricadas entre indivíduos e comunidades migrantes. A proposta foi elogiada pelo júri "por sua abordagem de pesquisa, que levou à descoberta de Farnana e seu trabalho, e por lançar luz sobre uma parte vital da história da cidade, até então negligenciada". A construção da ponte Asiat-Darse deverá iniciar em abril de 2024, com conclusão prevista para dezembro de 2025.
"Farnana usou sua posição para defender os direitos dos negros e participou do primeiro Congresso Pan-Africano em 1919, iniciado por W.E.B. Du Bois. Isso o inspirou a fundar a primeira associação congolesa na Bélgica: a Union Congolaise, uma associação de mútua ajuda e desenvolvimento moral do povo congolês", explica o comunicado da imprensa oficial. Para homenagear o legado de Farnana, Vally se inspirou nas estruturas aquáticas ao longo do rio Congo. A forma da ponte é feita para se assemelhar às frotas de canoas, frequentemente agrupadas para criar uma plataforma comum para comércio e reuniões. A ponte Asiat-Darse destina-se a servir como ponto de encontro para passageiros e turistas. Cada estrutura em forma de barco serve como um canteiro de sementes autônomo, com plantas específicas cujas sementes podem ser disseminadas pelo vento e carregadas por indivíduos que atravessam a ponte. Para preencher os canteiros de sementes, Vally pesquisou minuciosamente inúmeras plantas e variedades. Com isso, a ponte homenageia os esforços hortícolas de Farnana, atuando como um viveiro ou canteiro de mudas, através do qual as plantas podem migrar e se espalhar pelo local.
Quando fomos abordados para projetar a ponte e posteriormente encontramos a história de Farnana por meio de nossa pesquisa, fiquei interessada na ideia disso como um monumento ativo e um espaço para cura e lembrança... incorporada nesta resposta projetual está uma ética que mantemos verdadeira em nossa prática - cada briefing de projeto, mesmo o mais simples ou neutro, é uma oportunidade para escrevermos nossas histórias e identidades. Uma ponte é um conector - em nosso projeto. É um conector para narrativas passadas e futuras de migração também.
--Sumayya Vally
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Sumayya Vally on the First Islamic Arts Biennale: "Claim, Reclaim, Configure, and Reconfigure"Além da estrutura principal, o projeto propõe várias estruturas menores em forma de barco que se integram à margem do rio. Cada uma dessas estruturas será nomeada em homenagem aos trabalhadores cujos nomes foram descobertos na pesquisa do estúdio no registro do Congo. Esses barcos atuarão como polinizadores, melhorando o ecossistema da zona industrial adjacente e fornecendo um pequeno jardim para contemplação, onde os transeuntes podem encontrar descanso.
Sumayya Vally também foi a diretora artística da primeira Bienal de Artes Islâmicas, que terminou recentemente, em maio de 2023. Ambientado em Jeddah, Arábia Saudita, o evento inaugural reimaginou o Terminal de Hajj Ocidental no Aeroporto King Abdulaziz, projetado por Skidmore, Owings & Merrill, e vencedor do Prêmio Aga Khan de 1983, como um espaço cultural para redefinir as Artes Islâmicas. Além disso, no projeto do Atelier Masōmī para o Centro Presidencial Ellen Johnson Sirleaf para Mulheres e Desenvolvimento na Libéria, Summayya Vally foi a arquiteta da exposição. Por fim, Vally, dirigindo a equipe da Counterspace, projetou o 20º Pavilhão Serpentine em 2021.
